Os sentidos dão para a vida as funções da
existência.
Nada teria sentido sem a correspondência do tato.
O olfato explica as essências; a audição é o
correspondente entre a alma e o corpo; o paladar é uma fonte geradora que
atende as condições dos movimentos.
A visão é uma prova decisiva.
Todos
eles causam encantos que são transferidos para dentro de nós.
Quando ouvimos um passarinho, independente da
beleza ou cor, seu canto embeleza os nossos ouvidos. Um sentido aprimora o
outro, não deixando desapercebido o corpo, ainda que este, seja cinza, comum
para os olhos.
O maior aleijão no ser humano, é ser falho num dos
cinco sentidos.
Nossa vida é permeada de fantasias... Carismáticas,
Usa a bula dos sentidos...
Manipula ideias impossíveis, algumas sobrevivem,
crescem, e até se casam com outras utopias.
Vejam, a comichão da alma não se aquieta e as mãos são inquietas
tateando o mundo.
Pode-se dizer que o tato é um sentido circunspecto.
Sem ele o chacoalho não faria sentido nos berços, e os ursinhos de pelúcias não
teriam sido criados. Não nos bastou estar preso no útero, ter saído para fora;
até então os dedos eram bobos, os olhos, analfabetos, a língua simplesmente
coabitava abaixo de um céu sem cor. No vindouro, a mesma língua se ativou para
reconhecer novos sabores, e, digamos que mesmo ela, só saboreou o leite após
tatear os seios.
Quanto aos pés, o que nos faz mapear os caminhos
são as suas palmas que carimbam o solo, visto que recebem informações motoras
comandando a vontade de ir e vir, e de buscar ocorridos que se ajuntam na
história, tornando-nos protagonistas para reavaliar os porquês.
Quando pousamos acordados, a inquisição da
existência, leva-nos nas noites, nos empurra sonâmbulos pelos corredores; não
mais aquele que nos tirou do ovo. Sim, entre paredes esbarramos os ombros. Na
maioria das vezes nos equilibramos nos ares, seguimos. Na frente, pomos as mãos
nas massas do trigo, no moinho, cuja arquitetura se cria pelos impulsos dos
punhos, e desta forma, os projetos elaborados, usam os remédios das
fantasias...
Não sou futurista, e nem precipitado, pois, vivo
apaixonadamente o presente,
Por ele ser saliente e gostoso é que não consigo
esquece-lo no passado.
Minha saudade não vem do que irá acontecer, muito
menos do luto;
vem da semente que ao seu tempo, brota;
Faz endereço na terra, enverdece seus ramos, toma
herdades e depois despeja o fruto.
Permite-me subir em seu corpo, tocar-lhe as peças
tenras.
Sem nada reclamar, assiste o atrevimento dos lábios
em suas polpas.
As estações vão passando, mais lindo vão ficando o
vestido de suas copas.
Deitado a sua sombra ponho os ombros aos seus pés,
Que por estarem nus, eriçam o atrevimento,
É como requerimentos, fazendo-me erguer, escalar,
voltar,
Fartar-me das primaveras que descem através dos
vãos das folhas.
Ah! O que seria do gozo sem a oferta do carpelo que
convida os pequeninos voadores para se fartarem de mel; enquanto zunem alegres,
levam informações genéticas para o androceu e da mesma forma o bilhete vai de
um para outro, bate na porta do Gineceu, que deita a carta em seu colo e geme
de prazeres e dores.
Pelo encantamento da paixão no passado, e pelo que
me ergue no amanhecer e me traz no decair das noites, é que sinto a doce sorte
ao fazer testemunho da rosa.
Talvez para os brutos, este meu sedimento, dê o
parecer de borras.... É lastimável quando o amor é curto e não suporta a
passagem do inverno.
J.VLemes
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